quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

[NOS RENDA]
FLORBELIANA




Não quero amar, nem quero ninguém.

Esse sufoco do amor inventado pela mente,

me cai vão e indiferente...

No fim, incompleta, sempre acabo aquém.



Vinte e três anos e algumas experiências.

Pouco me importa a sorte ou meu norte,

pois também vejo beleza na morte

e para o amor, desejei as condolências.



Meus Dizeres Íntimos são calados.

Já meus olhos, sorriem e beijam

o vácuo, onde não há ninguém encarado.



Não é que eu nunca tenha amado,

mas o tudo é nada, as pessoas passageiras,

e eu?! Apenas duro tentando-me ser verdadeira.



Paloma L. Araújo

25-12-12

sábado, 22 de dezembro de 2012

AVEZO




A esmo na madrugada,

acendo um incenso...

admiro a fumaça ugada

em seu fio de naja contra-senso.



A deriva na alvorada

Aceno à minha abstinência

e no computador processo cada

verso que me escapa da obediência.



Ainda à merce do amanhecer

acento cada verso que me foi escrito.

Eu antiga musa, não sei esquecer

cada instante com seu espirito.



O dia clareia, ouço Bang Bang,

trago Roberto Piva, Casimiro de Abreu...

E concluo: Saudades da aurora do yang

na minha vida que no avezo morreu.



Paloma L. Araújo.

29-05-12

sábado, 1 de dezembro de 2012

PRESENTE DO PASSADO




Amou-se.

Cantou-se: para sempre te amarei.

Acabou-se,

Mas os olhos diziam: Ei!                       Paloma L. Araújo

sexta-feira, 29 de junho de 2012


MODO NÃO VERBAL DE UM TEMPO.

Vida,
vinha,
vinda,
ida.
Finda.
Avirá: ?

Ausência da essência,
dessa falta de força
para existência - oca!

Forca para todos os -ados
dos lados do dado,
do que foi dado.

Passado!

Força para esse participio
do verbo abandonado
no qual participo.

Pretérito presente do  Incomposto!

Como teu rosto!

Porque essa vinda oca
deixou como avirá – forca -
Para meu gosto
calado nos -ado
do que foi imposto,
Desgosto!

            Paloma L. Araújo.
                        Data irrelevante.

segunda-feira, 30 de abril de 2012



DENTRO DA CAIXA
                        “E em ti amo ó fera implacável cruenta
                               até mesmo a frieza que o encano te aumenta.” (Baudelaire)

Era fria, indesejavelmente fria
masculina e cruela, apenas ría
Seu segredo nos olhos se vía
... Era fria porque por dentro morria.

Certo dia, relutante e restrita,
apareceu a versão masculina da senhorita.
Ela desiludida, convicta,
só conseguia dizer - “ Você me irrita!”

Até que, em uma primavera
Fizeram-na acreditar que era bela,
e uma caixa foi entregue a donzela
camurça, cetim e pételas...

A caixa era apenas dela.
A caixa, elo, a caixa, ela...
Imobilizada ela não sabia mais quem era
Mas reconhecia a valia de quem lhe dera.

                        Paloma L. Araújo.
                        16-09-2011

domingo, 17 de julho de 2011


CABARET BLASÉ

As perdidas encontradas da sala azul,
Plumagem e Pária, tinham linguajar salival.
Incendiavam o frio imo do sul
por um demente encanto surreal.

Os olhos lustrosos e os ouvidos ensurdecidos
se poliam mutuamente e povoavam o marginalizado salão.
A fumaça de letra-menta dos 'desassumidos
intercalava com a mão e mente da solidão.

Com a oscilação de um Programador Rígido
a convenção luxuriosa era apenas um momento,
Pária vintage era apenas um momento.

A errante índole, a sagrada libido, a caluniosa liberdade,
a energia decaindo, a força subindo, e a verdade – blasé!
Manar, morrer... serenamente blasé.

Plumage não oscilou,
o veneno escorreu e ela decretou –“ Touchée!
Não vivo prazer clandestino clichê.”


PALOMA L. ARAÚJO
17-07-11