DENTRO DA CAIXA
“E em ti amo ó fera implacável cruenta
até mesmo a frieza que o encano te aumenta.” (Baudelaire)
Era fria, indesejavelmente fria
masculina e cruela, apenas ría
Seu segredo nos olhos se vía
... Era fria porque por dentro morria.
Certo dia, relutante e restrita,
apareceu a versão masculina da senhorita.
Ela desiludida, convicta,
só conseguia dizer - “ Você me irrita!”
Até que, em uma primavera
Fizeram-na acreditar que era bela,
e uma caixa foi entregue a donzela
camurça, cetim e pételas...
A caixa era apenas dela.
A caixa, elo, a caixa, ela...
Imobilizada ela não sabia mais quem era
Mas reconhecia a valia de quem lhe dera.
Paloma L. Araújo.
16-09-2011
Nenhum comentário:
Postar um comentário