segunda-feira, 30 de abril de 2012



DENTRO DA CAIXA
                        “E em ti amo ó fera implacável cruenta
                               até mesmo a frieza que o encano te aumenta.” (Baudelaire)

Era fria, indesejavelmente fria
masculina e cruela, apenas ría
Seu segredo nos olhos se vía
... Era fria porque por dentro morria.

Certo dia, relutante e restrita,
apareceu a versão masculina da senhorita.
Ela desiludida, convicta,
só conseguia dizer - “ Você me irrita!”

Até que, em uma primavera
Fizeram-na acreditar que era bela,
e uma caixa foi entregue a donzela
camurça, cetim e pételas...

A caixa era apenas dela.
A caixa, elo, a caixa, ela...
Imobilizada ela não sabia mais quem era
Mas reconhecia a valia de quem lhe dera.

                        Paloma L. Araújo.
                        16-09-2011

Nenhum comentário: