sexta-feira, 26 de março de 2010

SEXTA-FEIRA 13 


Ontem a incomum chuva de meteorítos 
Prenunciou nosso cadáver sentimento 
Que tentei ressuscitar até o derradeiro momento 
E que você comumente envenenou aos gritos. 


Ainda ontem, a Lua sorria no céu 
Já você, senhor da ausente temperança 
Não ri, nem me concebe esperança 
De perdoar-me nem mesmo como réu. 


Mágica sexta-feira treze de Fevereiro 
Onde já vivemos augustas caricias 
E no ritual da vida, fostes o primeiro 
A amar-me e completar ardentes fantasias... 


 Ah angústia! Demônio do passado. 
 Nessa nova sexta-feira treze de Agosto 
Faço conjúrios para que vejas o quanto está errado 
E para cessar esse augusto desgosto. 


 PALOMA L. ARAÚJO. 
                      13-08-2010

segunda-feira, 22 de março de 2010



JARDIM DESENCANTADO

Amor que hoje por mim dorme sem norte,
Amor que anda por outros jardins,
Se outros encantos procura sem sorte
É porque abandonaste a flor maldita de seu jardim.

Neste campo que minhas pétalas enfeitaram a vida
Hoje enfeitam a morte com flores sintéticas,
Que já nem sei a quanto tempo estão falecidas,
Nem como pode o amor ter lei e não ter ética.

O pólen de sua antiga contemplação
Ainda faz desabrochar em meu peito brotos da paixão.
Mas a falta de cuidados com meu lado violeta e lado jasmim,
Desfolha os sólidos troncos que tenho dentro de mim.

Me guardo em pequenos frascos
Para suportar este Outono em desertas ruelas,
E suportar tua ausência que me poda em pedaços,
Por não ser mais tua rara rosa bela.

Jardineiro venha se embriagar em meu néctar e trazer florescência
Para que neste campo petrificado o amor tenha sobrevivência,
Pois ainda que minha fragrância esteja mais para cereja,
Por ti eu me transformaria no vicioso lúpulo da cerveja.


Por, PALOMA L. DE ARAÚJO
14/02/2010